Charlotte Le Vasseur é exatamente o que uma Meio-Veela deve ser. Linda, delicada e, convenhamos, furiosa.
Exatos cinquenta e dois quilos distribuídos em um metro e sessenta e cinco centímetros de altura, sua feição pálida e etérea passa a ilusão de que Charlotte é um anjo. Longos cabelos loiros adornam sua face perolada, emoldurando seus olhos muito azuis.
Lotte, como é comumente chamada, começou sua vida escolar – como todos os Le Vasseur’s – no primeiro ano da L’Académie de Magie de Beauxbâtons – como ela gosta de entoar, em seu Frances perfeito – seguiu bem até descobrir que não tinha vocação alguma para fingir ser uma boa moça – de família, direita, herdeira do império que constituía seu sobrenome.
Mas foi em seu terceiro ano, num súbito rompante de sua obvia personalidade explosiva, que Charlotte deu fim ao o que seria conhecido – ao menos por sua tia Emy – como ‘a perda de sua inocência na sociedade’, quando ela – num gesto muito hábil e comentado – explodiu o banheiro da diretora com pântanos e bombas de Manticora.
Tudo isso, claro, para seguir junto ao primo Gérard para Hogwarts – primo este, também expulso de Beauxbatons.
Aqui é onde se considera, qual era o grande problema de Charlotte em querer seguir o primo mais velho – por poucos meses – para uma escola desconhecida onde seria obrigada a falar outra língua. Ninguém poderia dizer qual era a pretensão da garota.
Ela chegou a Hogwarts, com seus olhos azuis e cabelos louros, arrasando mais corações por seu sorriso encantador e sua aura de Meio-Veela (claro, ela sabia exatamente como e quando conseguir as coisas).
E, enquanto seu primo adorado – não tanto assim – foi escolhido para a casa das serpentes, ela soube que era para lá que também devera ir. Só não contava que o chapéu seletor fosse mais traiçoeiro do que ela e a colocasse na casa de Ravenclaw – o motivo? Bom, isso ela nunca saberia.
Participou do terceiro ano em Hogwarts tão silenciosa e calma quanto era o esperado por tia Emy, sem detenções, sem explodir bombas de Manticora – exceto no dormitório de Gérard, obviamente – e sem brigas com um de seus primos – Angelique principalmente.
Apenas no quarto ano, quando já havia se interessado por Transfiguração, começou a estudar para transformar-se em uma Animaga. Claro, teve a ajuda solicita de Alex Weasley, quando foi preciso e por fim, transformou-se numa linda, perigosa e fatal Tigresa Albina.
Não contou para ninguém quando foi obrigada a entrar na Irmandade das Trevas, manteve este segredo oculto de Melody, uma de suas melhores amigas, enquanto levava Cherry consigo para aquela que viria ser uma empreitada perigosa. Poucos sabem que, na verdade, ela é uma Comensal mirim, além de Orion Lestrange e Lily Vendramini.
Conseguiu efetuar com parcial sucesso sua primeira missão – matando a Diretora Flamel – e por isso ganhou um anel oclumente, para ocultar de legilimentes mais habilidosos suas verdadeiras intenções.
Prestes a entrar para o sétimo ano, Charlotte conta com um colar penseira para guardar a memória da morte da Diretora e um desiluminador – usado em situações de desespero, como quando ela quer evitar um encontro com Florence Longbottom.
Batizou seu mini-puff roxo de Astolfo, embora precise deixá-lo sempre longe das garras rancorosas de Senhorita Krikoponski.